30/12/13

M.D



Como quando ficamos atrapad@s na tea de sonhos
formada polos acordes que os Arctic deixavam no aire.
E nós extasiad@s de momentos. De instantes.      
                   [Memento...] (...)
              

                  Lembro
       cada nota, cada carícia.
Se nom puidesse lembrar, nom existiria.
Se nom puidessemos voltar com a mente atrás. Mais atrás.
                 Até a esencia mesma do ter sido.
                    Já nos teriamos destruido.
                        Completamente.
Mas é impossível matar as palavras que se negam a ter presenza acústica.
                        [Tenta matar (n)os versos,
                      e a tinta choverá polos olhos.]

          (...)

Despertar banhad@s em suor
para voltar banharnos junt@s, como quem nom quere a cousa,
                                     Bebendo-nos as penas.
                           Comendo-nos tod@s. As alegrias.

Digerir despedidas. Nom.  Somos mais de benvindas.
                                                                           De festejar(-nos).

Se algo novo aprendim de Nós, é que as combinacións eternas som
                                                                                                                   as que se negam a ser.
E que as histórias que se escrevem, nom morrem.
E ti bem sabes que se calo é porque aprendim a guardar-me.
E que se me guardo é porque nom aprendim a borrar tantas cousas da memória.

E a memória volve ser todo o que tenho, 
                                                                           mais umha vez.


28/12/13

já me acostumei tanto à melancolia
que
a recebo como uma velha
amiga.
C. Bukowski







escrevo partes que nem tenhem tal sentido.



hoje é noite todo o dia.

nom sei. deveria provar o de pensar. dizer as cousas com calma mas realmente nom estivem nunca por perder o tempo. tampouco nom procuro o kardecismo nem chamar os mortos da cabeça, que tenho.

hoje é noite todo o dia.

e olha que isto nom é o trópico, nem groenlandia as tuas costas. e tenho os pés de gelo e sem saliva de explicar-me os meus problemas.

ia ser todo mais simples se pensar um pouco. só. depende. se reler polo caminho.



levo mais vinte vidas neste quarto e o teto era mais alto. confirmo. antes deixava respirar com força. mas igual é cousa minha e ninguém tocou o teto nem as cordas.
colguei-me. um dia.
olha que já tinha idade e roçava-me nos pés com o parquete. nunca fum mui alto. ainda. foi dentro de dez anos.



estava eu?

perguntas-mo? 

25/12/13

'Pensé con tristeza en el lenguaje. ¿Para qué escribo? Respondí con una escena imaginaria: vivo en el Tíbet, sola, en una choza. Nunca hablo con nadie, pues ignoro el idioma de mis vecinos.'
                                                                               Alejandra Pizarnik


duane michals



medir o tempo em graus. o frio nom tem nome, dis. este. aparentemente.

É psicológico logo. Mas nom sabes quanto a psicologia pode-me angustiar. pode que me angustie só, também. Nom me importo mais. Sou débil de consciência. e conservo(-me) as maos quentes porque ponho a estufa perto para me sentir melhor e sacar o tema da cabeça. 
ligo para C que me resolva o assunto de dormir em horas de nom deves te dormir e o de quitar-me os dedos por instinto. o de mudar a pele e o de outra nova.
vai a mais; isto. o de perder os nervos. violência...

mas resolves insistentemente.



lembro querer ser prota nesse filme num Paris mais que aparente. lembro o de querer ser como ele a nos narrar a história do que passe sem vivê-lo. antes. justo antes.
era bom sabermos isso e fazermos planos contra o tempo. ser cautas. era menos abafante, pois.
perdo interesse(s).



em que pensas?
penso: invertar-me.



mas perdim as ganas de pensar em cousas sem sentido umha vez lim o livro desses zumbis. estúpido. cair na mesma sempre ainda sabendo...

E calo. porque afinal é só umha parte do que mais me fode. porque é um minúsculo do grosso deste meu que quer sair e escondo. bruscamente. 
eu. de novo. insistente.

23/12/13

Nom sei que foi antes,
o pau ou a estilha.
Nom sei a quem lhe cravarom mais espinhas,
e a quem tentarom talar de raiz primeiro.
Para matar a sálbia que corre polas veias.
Para estarem em paz.

Alguém esqueceu,
que a verdade te fai forte,
e o amor grande.                               
[Somos sequóias]

Eu nacim sendo madeira à que nalgúm momento lhe sairom folhas.
E ramas. Pode que até frutos.
Nada na Natureza,
movo-me com o vento e vivo por e para a terra.

Som sal, e chovo
Precipitadamente


Todo o que sei,
aprendi-no graças a Ela.                Natureza
Todo o que som, é por Ela.
E depois de 52 aneis, ninguém será quem de arrancar-nos do chao.
                                                                                                O chao é nosso.

                                                                                                    Somos Nós

14/12/13

paul nouge




tem o seu aquele caminhar quando ninguém te vê.
memorizar-te os passos. os passeios. percorrer mil vezes o percurso entre os dous pontos. mil e pico. outros... tanto tem. afinal podia ser qualquer a percorrer(-te) e a cruzar-vos e saber só tu. momentos. caminhar de costas.



eu reservo as ganas. juro que podia ir para trás voltar para o primeiro ponto e empalmar-nos. dizer eu quando basta e resolver que nom devia e resistir e saber quanto e todo isso mas reservo as ganas.
repito-mo.
reservo-me.



por vezes deixo parte da casaca aqui prendida. mando-me parar por medo e (re)ordeno(-me) desculpas que repito. sem sentido. repara. por tirares nom se move, dis. sem querer nom se fai nada, penso. a cousa vai bem lenta. como requentando. e as costuras dam de si o que os dedos dumha mao.
é difícil separares sem que doa(m).




pois isto é assim mas sem casaca, suponho. nunca estou quando se passa e interrogo C sabendo que responde quando quero e memorizo. sei teorias. sou estúpido.

09/12/13


duane michals.



falar tendo un orgasmo. vários. perder o tempo. força. há conversas que nom levam a nada.
que nom te levam.
nada.
há orgasmos em conversas mas demoram tempo e conhecimentos amplos sobre o assunto da antropofagia.



lim que perdes nom sei quantas calorias que che sobram e que rouba um sós minutos. depende, digo.
aqui debaixo sinto-me melhor.



sei bem que há casas mais frias do que outras e momentos bilabiais e (a)morais. há estufas com potência. há quem tem mantas de felpa e quem lhe sobra o celsius. o todo. há quem se leva o berro à casa e quem pretende enlouquecer por horas. com beliscos. a petiscos de peles.
orgasmos.



há quem nom crê nom reis ainda a tal hora. quem pretende fazer burla dum chorar e há quem chora de prazer de rir de ejacular desgostos. arrítmicos. de movimentos. plastilinas.



há quem pretende entender cousas que nem tu nem eu sabemos. se existimos. quem pretende que existamos mais alá das formas.

insisto.

como comprar um livro 'novo' sabendo que é do rastro e já passou por mais vitrinas. mas tu, tu bem lhe podes dar outras leituras e mentir-te ao gosto. é o bom que tenhem as histórias. que começam no final e outro princípio como os manga. caligrafias e desenhos, pouca luz. Japoneses(,) todas(,) japonesas.

04/12/13



de neno erguim-me às três ver se seguiam as ruas, postas. e as luzes. colgavam os adornos de natal do lado da cozinha. lembro porque ainda temos os faróis a deslumbrar no escuro. e porque nom limpei os restos do azulejo e porque estou no mesmo sítio com mesnos espaço. suponho. lembro também dizer-lhe algo com os olhos.
bem entendera.



Estuvimos horas así. Kamchatka contra el resto del mundo.. Y no pude ganarle.



alumiava todo. alumiava Tarsi. Também. ela dormia.
o também senhor dijo algo sem falar. eu entendi-no ainda mudando a ordem das palavras porque era a minha história. ou a que me apropriei por falta de mais letras. 



Kamchatka es el lugar donde resistir.



Golfo fugiu um dia onde a esquina da janela. na cozinha. contou mamá que nom sabia mais estórias de mentir-me e guardou silêncio. por dias. eu chorei-no e foi aí que me (des)figem homem.
Por partes.


esse dia de manhá fingim estar doente. da memória. esse dia de manhá nom fum à escola e aprendeu-mo todo.

Golfinho, tampouco eu nom gostei do vinte e cinco nunca.

01/12/13

Escrevim umha chamada de auxilio
                                  em verso,
e nom tivem resposta.
Corrim como se nom houbesse um amanhá
                               rua arriba, rua abaixo
para atopar(-me?).
Bebim cada copa de licor café de cada bar
                                       buscando
a tua interjeçom mágica.
Mas nom estava aí, nem sequera nas botelhas de cerveja
                                                          que baleirei,
                                                         até desfalecer.

Comprei mil relojos tentando aumentar o tempo.
Porque queria que fosse meu, queria mandar nele.
Comim todos os pensamentos nos que aparecia o teu nome,
fige-nos desaparecer como a umha estrela no ceo preto.

Bailei todos os ritmos e todas as melodias inventadas,
para que o meu corpo estivesse entretido
                                                              e nom lembra-se as tuas maos.      

E agora que os dias passarom,
Agora que já Escrevim,
                          Corrim,
                          Bebim,
                          Comprei,
                          Comim,
                          Bailei...                                                         

                                            [ agora que podo fazer por  ti  mim ? ]