22/10/13

teus ossos, mami, som dos que rebentam com facilidade,
como os fogos de artifício que temias sempre
mas que vimos,
por mim. por eles, sempre.

     Pensa
as horas todas que passache ali explicando a esse senhor,
                                                                  -que nom entende-
os sacos cheios que deixache porque nom podias, mami
os trapos que colgache consentindo(-nos),
aprendendo a ser mais
                                forte.
as teclas, a cada dia mais de ferro e esses risos...

                       todo está na tua mente

pois...
e nas horas que te quitas pra entregar-nos vida.
todo está nas tuas horas, as que vives, sem parar nem um segundo.

todo.

na cadeira da oficina
e nas baixas tantas que che entregam sem te crerem
e nas pílulas.
todo nos anti- e nas morfinas,         todo,
no teu colchom de pedra, mami
todo nos dias de calor e muito frio
e nas dores por sentar e por sentir e por estar e...
todo está em ti, bem sabes
que carregas o teu peso por dez vezes
tu que podes.
Todo-Está-Em-Ti. 
nas malheiras invisíveis, mami


estou aqui.

respira.

20/10/13

Feitos fugaces
que passam por diante tua com a simpleza do instânte mais mediocre.

Momentos que ficam pendurados da tua mente,
                                                                                          sem ser ti consciente.
Minutos de acçons remotas,
de pensamentos calados que tenhem sentido
                                                                       por carecer do mesmo.

O silêncio
convertido na maneira de esquecer(.)
                                                                             que a fugacidade é apaixonante.
O silêncio como anestesia.
(Dormide sen-timentos. Dormide intençons. Dormide esperanças.)

Despertar em silêncio,
                          silenciar as noites,
viver ao ritmo dum réquiem para o Subconsciente.

                                                                                
                                                                         Que conspira,
                                    contra cada piar que asenta a nossa mediocre e fugaz vida.


                                                               












                           [ ... é que já nom lembras nada?]

08/10/13

Devolve-me as noites

Quando caio na cama
insisto-me no propósito primeiro:
matar-te, e já de passo,
matar também os pensamentos
nos que tão bem te moves

ACHEI MAL@S INIMIG@S, penso

O que pior levo é que me roubaras
                 as noites
                 a noite

...agora os dias não tenhem fim,
de modo que  ligam os uns com os outros,
com os outros, com os outros, com os out...

Desconheço que deidade está por detrás disto,
mas quem for o Sísifo.

Devolve-me as noites,
HÓSTIA!

05/10/13

Do que eu gostava era de escuitar as boas noites sem dizer mais nada. 

De respirar-te.
Gostava no cinema, sussurrando-me
e no escritório, obscuro, passadas logo as dez.
Nunca lhe vim problema ao rés-de-chao, contigo. 
Nem aos delírios de futuros em minutos. 
                         [a berros]
Nem às promessas, envoltas em saliva de seis dias...

Do que eu gostava era de escuitar as boas noites sem dizer mais nada.
De reinventar-te.

Mas já nem ligas nunca nem respondo das chamadas.

01/10/13

Outubro sempre foi de fortes.
por instantâneo, pode
com o seu outono gris a nos cortar os lábios, e os olhos.
Meio-fechados.

[Sabes?]

Para nós outubro sempre som três dias. 
Como as revanches e...

[assusta-me, como os Domingos]

Porque sobravam-nos o resto dos
milEtantos
outros
três

de fame e empacho por comer-nos a mordiscos nas orelhas.
Por violar-nos até a lua.
Por chover-nos, mas...

[no llores Micaila...]

que para mim outubro sempre tem três dias
só.
Três
como as vezes que enredamos nos cabelos.