28/09/13

Sempre fuches um experto em ler os lábios.
Suponho que por isso nos entendiamos tam bem.
Sem dizer nem umha palavra,
comunicavamo-nos com a destreza de dous poetas frustrad@s.
Gostavamos de descifrar os mapas em Braile
que as nosas bocas tinham debuxado na pel.

De a poucos
                        as maos,
            inexpertas de novo,
dançavam polo papel mais ecológico jamais inventado.

Assim nos conhecimos,
assim soubemos de todo
o que já passara antes de encaixar
                                                             o nosso Crebacabeças.
 Todo estava  no teu lombo espido,

                                                              e todo ficou alí escrito.

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