29/08/13

Já nom ficam palavras.

Nom há nada que lembrar. Nada que aguardar.
O tempo passa, coma sempre.
Trabalho de curaçom, feito.

                                        (O sal chegou até os ossos).

O mar levou as ganas de nadar a contracorrente.
Nom há porque luitar. Nom há nada nada nada.

Ele aguarda,
                      longe,
                                  à espera dumha Onda que Chegará.
Sempre há Esperança.
Muitas ondas por colher, muita Terra diferente à que chegar.

                       Já nom fica nada

Nem palavras, nem sonhos, nem promesas.
A liberdade já nom é o que pensava.
        
                     [Olhos baleiros]

                       Nom fica nada.

Nem auga, nem pedras, nem ilusom.
             Já nom há mais que aguardar.

Só umha última cousa continua inalterável:


            A luita por Sobreviver(-nos).

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