Sempre
fuches um experto em ler os lábios.
Suponho
que por isso nos entendiamos tam bem.
Sem
dizer nem umha palavra,
comunicavamo-nos com a destreza de dous poetas
frustrad@s.
Gostavamos de descifrar os mapas em Braile
que as nosas bocas tinham debuxado na pel.
De a poucos
as maos,
inexpertas de novo,
dançavam polo papel mais ecológico jamais
inventado.
Assim nos conhecimos,
assim soubemos de todo
o que já passara antes de encaixar
o nosso
Crebacabeças.
Todo
estava no teu lombo espido,
e todo ficou alí escrito.