25/01/14

Pero el silencio es tan cierto, tan certero. 
Por eso escribo. Estoy sola y escribo. 
Alejandra Pizarnik




Aquiles tinha a sua debilidade.
Era umha. Umha soa. Mas caeu.
Eu tenho umha debilidade por cada cabelo da cabeça.
O cabelo cae. Também. Como os ânimos depois de umha tarde plana e sem sobresaltos.
Como as lágrimas na cara de alguém sem nome.
Casandra avisava.Sempre avisava.
Mas os ouvidos fecham-se muitas vezes quando nom queremos ouvir.
Som seletivos.
Em que momento nos (pre)selecionamos Nós? Em que momento decidimos desfazer-nos?
Desta vez vejo umha Niké rindo-se. E afastando-se. Leva da mao a esperança.

Sempre sabemos que dizer para nom dizer nada. Nada nos meus olhos. 
Eles falam melhor do que eu.

24/01/14



adrian gheine




o dia que decidim nom chorar mais foi o dia que morreu a raiva. de golpe. figem a exceçom com a minha avoa por me notar por dentro mui pequeno. como nascendo. é difícil de explicar porque ainda dói. ou porque custa o de fazer-se à ideia de ser tu quem rompa. como quando rompim os planos. ser momentos. assusta ter a vida em fotogramas e sentir-te tam filho de puta.



ter um vulto aqui na gorja. pois assim. bem arriba. como querendo sair de golpe e sem reparos mas nom hoje. aguentando. como berrar teu nome em alto e as cousas que deixei para amanhá. para nunca.
é hoje, pode. mas é forte se pensar em seco e sem paradas. assusta hoje. é domingo sempre.

16/01/14


je voudrais pas crever
avant d'avoir connu
les chiens noirs du Mexique
qui dorment sans rêver
Boris Vian



a voz de Héctor Alterio. os post-its. verdes. as sextas de tarde. as terças. as manhás. com sol. que berrem. os filmes à noite. ali. é difícil definir espaços, pensa-o. os beijos na frente. palavras. a antologia do salom. com bigode. a lâmpada da sala. a luz da lâmpada da sala. da pequena. a que era. que chova estando dentro. estar-me vendo. por dentro.

chove, choves, chove...

que tenhas tempo para outro. ler isto rápido e que nom repares. chorar-me. que nom mo pidas. esse caminho. esperá-lo.
'não sou nada. nunca serei nada. não posso querer ser nada'...
e ainda assim os beijos. momentos.

chovemos, chovem...


os domingos nom. que chovades nom. tampouco nom. as luzes. que desligues e tapar a cara. Pizarnik. o lume. a noite do livrinho. a quinta-feira. lembrar-me. as fotos. os pratos sem presa. estrelas. choras? os anos noventa. as cintas do quarto. a calma. o espaço múltiple entre a cama e a parede. as escondidas. os onde os como a casa vazia. de todo. quase. 
e aprender-te, em todas as combinatórias.

13/01/14

MD


Será que já nom tem sentido para nós teimar em manter-nos presentes.
Será que como nom tem sentido umha parte de nós,
a mais pequena e ruidosa,
nom deixa de ver-nos.

Em versos. Em sonhos. Em suspiros.

Será que nunca foi,
 e como nom foi nom sabemos o estrepitoso que poderia ter sido.

                       O choque contra o cemento.

[Sabes de que che falo, ou já estás pensando em parvadas?]

Nom sei como és,
de verdade que nom o sei.
E às vezes sinto que me dá igual. A maioria.
Mas outras,
apareces por aí silêncioso
e a minha cabeça pide cemento.

                                 Pide guerra.



I’m keeping it safe, you know? I’m keeping you safe from here. From me.


Às vezes penso em inglês, e os meus pensamentos soam ainda mais estúpidos. 


 [-Take a breath.
  -Take a bread?
 - Take me, asshole.]

08/01/14





o da fotografia é algo melancólico. também. ou isso penso eu. nom é que o diga por dizer nem porque esteja assim o dia. pode que por preguiça. hoje. como nom saber lembrar o tal momento que me acorda sem saber-me ali. tampouco nom sou parvo e aparento ser consciente. enganar-me. é complicado.
saber que foi um nom poder estar. por todo. um nom vivê-lo nunca e ainda assim pensar que sabes. qualquer um pode conformar-se, suponho.



nom te passa às vezes quando escreves que te inventas... a ti?...algo. e o momento.
nom te passa que (re)vi(vês)?



deliro, pois.



a mim nesta cabeça sobra-me esse espaço onde te catalogo. por momentos. é estranho. depois se o penso nom podo viver sem os reter e sei que sou um pouco adito. que soa mal. que queres... um nom decide nunca os tempos nem os marcos do salom da casa.



nom tés por que fazer-me caso. juro. estou mirando as caras e se fosse eu nem perguntava. dam-me medo. mas resulta interessante ver-vos e rasgar-me a pele. o que lembro é que chovia forte. pom-lhe outubro. e que dumha ponta a outra tinhas três segundos de carreira. vinte voltas de campana. e que eu marchava. e marcho. total tampouco tenho que fazer e cada umha tem o seu momento. o seu espaço para afogar-nos.




Olha aqui.

03/01/14

O fim da cadência

Pendurou da janela o último baile
e sem mirar ninguém aos olhos -por medo-
caminhou em círculos vários quilómetros sem sair da cama.
Hoje estamos aqui reunidos polo medo que temos do seu medo.

 -Há dias que não quere dançar
-Há dias que não dança
-Não dança, não