Colhi uns lapises Alpino, e nada!
A seguir, colhi umas ceras Plastidecor... e também não.
Ao dia seguinte, já farto levantei-me cedo,
às nove da manhã
fui direto para o televisor e sim, pus Antena3,
mais concretamente Megatrix e mais outra vez
não senti nada.
Nem com "O príncipe de Bel Air".
À tarde preparei a minha sandes de Nocilla,
e sentei no sofá para ouvir essa voz, a do Xabarin,
mas não havida Xabarin?!?!?!?!
Onde ficou a nossa cita com Antón Reixa?
Que é uma tarde sem Xabarin?
sem "Son Goku"?
sem "Rocky e Bullwinkel"?
Sentia-me triste, que me estava a passar?
Todo o vivido desaparecera,
os meus joguetes? Metidos em uma caixa.
as tardes praticando como fazer um puzzle? Perdidas.
as horas diante da PlayStation? Mais perdidas.
as minhas capacidades de visão noturna graças ao "escondite"?
a minha velocidade "ultrassônica" graças ao "pilha-pilha"?
como eram essas canções? NÃO AS RECORDO!!
[en la calle-lle...]
As cousas não desapareçam, mudam por outras...
31/12/12
Que
não é isso o que me dói
o que
me dói é ver-te e que me chore um olho, … [de raiba]
Com
quanta pena podes?
Quanto
de grande o teu bolsão para me transportar?
…
afora
Eu
também quero marchar de aqui, contigo
Levas-me?
Sem
volta...
que
vim já todo o que não se quer (por querer ver-te),
que me
cansei de procurar angustia ...
E
se sonhamos?
Tu...
e eu
E se
sonhamos com um outro olho, de cores
o que
pintache com as ceras do saquinhodasideias...
[me]
E se
sonhamos com pintarmos um na frente, pra nunca mais perder
[te]
Que
não é isso o que me dói,
o que
me dói é mais... mas não há versos pra dizê-lo
29/12/12
ex-R
Nego-me a deixar de cavar,
Quero que seja mais fundo, mais fundo, mais
fundo, mais fundo, mais fundo, ma
e é que prolongar
todo quanto me seja possível
este macabro momento,
nom é para mim outra cousa que prazer.
(...)
A tua
vida foi o prelúdio da minha,
se
Dio’lo quere.
Contodo,
já vêm aí o primeiro punhado de terra,
[apuremos uma última mirada aos olhos]
que che
seja leve este peso, companheiro.
Vemo-nos no inferno,
se Dio’lo quere.
É difícil cando caes.
Cando caes (máis da) na conta.
Cando caes na conta de que estás
soa.
No momento en que chegas ao fondo da
e
s
p
i
r
a
l
sen
retorno.
A escuridade claustrofóbica pídeche aire
e luz
e vida.
A agorafobia que tes desde que te deixaron
impide que saias sentir o aire
a luz
a vida.
Mellor soa que mal acompanhada, repetías.
[mellor soa, mellor soa, mellor soa...]
E agora non respiras
non ves
non vives.
Só escoitas a radio soar naquela estancia pequena e enxoita.
Incapaz de subir á superficie, e ver a luz
o aire
a vida.
Espiral unidireccional.
[mellor soa, mellor soa, mellor
soa...]
26/12/12
Seguirmos uma andaina nada fácil,
continuarmos um caminho mui difícil.
Entramos sem nada, nus completamente.
Umas pessoas foram colhendo roupa,
umas antes...
outras depois.
Umas colheram gravatas...
outras.. não!
Eu colhi o meu fundo de armário e compartilhei-no,
mas também colhi a vossa roupa.
Trocando "modelitos".
Ao fim, tod@s somos iguais..
que mais dá?
Todos queremos seguir um mesmo caminho,
nada fácil... mui difícil!
continuarmos um caminho mui difícil.
Entramos sem nada, nus completamente.
Umas pessoas foram colhendo roupa,
umas antes...
outras depois.
Umas colheram gravatas...
outras.. não!
Eu colhi o meu fundo de armário e compartilhei-no,
mas também colhi a vossa roupa.
Trocando "modelitos".
Ao fim, tod@s somos iguais..
que mais dá?
Todos queremos seguir um mesmo caminho,
nada fácil... mui difícil!
Cada unha de nós sentada tras da mesa redonda.
cada unha cos seus traumas, os seus males, e as súas (pre)ocupacións.
Escudándonos do reflexo cambiante.
[A protexérmonos
do porvir]
Somos nós, as de
sempre, as de agora.
As que levan anos cos mesmos pesadelos,
as que mudan cada dous minutos de parecer,
as que viven apuntaladas ao chan do pasado
e as que albiscan novos horizontes cada serán.
Somos nós, as que (que)damos. [todo e máis]
As que non nos perdemos polo caminho da soidade desesperante,
as que fomos
quen de lanzar un lazo ao redor
e
apertar ben
para que o nó non se desfaga,
mais o suficientemente solto como para que non nos afogue.
Nós, as de sempre.
As de nuncaxamais
medraremos tanto como para mudar.
Xuntámonos irremediabelmente
hai millóns de días coas súas noites
e desde aquela,
somos a esperanza do apocalipse,
as
amazonas do mal.
Nós,
incomparabelmente (im)perfectas
e inseparábeis.
O
peor de cada casa.
24/12/12
Entra.
À frente.
Avança
até o final e vira à esquerda, sem pensá-lo.
Levanta
a vista.
Está
guardado justo onde o deixamos. Com o post-it amarelo a te
lembrar o possuidor.
Na
gavetinha do quarto de estar.
do
final
dos
pecados (lembras?)
E que che vou dizer
eu, se de cada mirada que matas faria um livro inteiro de poemas.
Com carinho.
Assinado,
para quem quiger
saber de mim.
E de que um dia isto
foi mais nosso do que agora.
E nós mais novos
que ninguém,
a batalhar com
outras guerras.
Com as feridas de
vencer-nos a mordiscos.
E a língua...
a repassar cada
rincão daquele pecado.
Post-it: Aqui
che deixo o coração
23/12/12
E tu tranquilo
como se nom nos conhecêssemos
que já vamos falando
sem pressa
no caminho
que eu som assim
e que nom é desconfiança
mas um nom quererquerer-te
sempre
porque bem sei que vai passar e tenho
medo
e...
assustas-me. Como os domingos,
como quando me apertas com força
sem me tocar.
Como quando me beijas no peito...
como quando che soltei a mão e já o
sabias
Agora é quando marchas?
[...] (put@) egoísta
22/12/12
As paredes tenhen agora as marcas do fracaso.
Coma un ceo anubrado, o branco dá paso ao gris.
O gris ao
vermello.
As ausencias marcan a pintura coas cores do pasado.
Semellan rachar,
aparecen estrías por causa do tempo.
Tempo nocivo
que se dedica a abrir cicatrices.
Esas que agora pintan as paredes do meu cuarto,
as que hai tempo agardaban para aparecer.
Sabéndose futuras,
pasadas,
e agora máis presentes ca nunca.
Seica a vida é iso,
ir manchando as paredes e
Pintar por riba
cando se recupera a cor.
Mentres tanto,
a pintura estase dando á fuga,
coma ti,
coma min.
Deixando o barco
deste cuarto húmido e baleiro.
Xa non queda
máis
que un cadrado
que garda
todo o que fomos nun
tempo
non tan afastado.
17/12/12
Baixo presão
e creio que não podo .só.
Deixa-me só um pouco,
vou a-te comer a orelha a-té quitar-me
o vício.
Sabes bem do meu problema de
entender-me. Navego só.
Montas?
Som cego, [por vezes] e...
podo-che emprestar um olho meu.
O esquerdo.
Podo-che emprestar as ganas. Também...
pra mirarmo-nos de perto …
... o mar … o mar …
Sabes tu daquela história?
Pariu-me em sangue de tormenta e
rebentou os choros.
Pensou-me livre.
Mas é que acaso não te sentes presa
tu também aqui? No barco...
Agasalha-me com outro berro
e descoloca-me
fai-mo de novo
Dói-me sonhar com isto, em
silêncio. E utilizo-te como um espelho.
/pra me mirar(me) em ti de perto/
/pra
nos mirar(mos), nós, aos olhos/
/pra nos contar(nos), com os dedos, nus, a pele/
e essa história […]
Cala
E aguarda-me na porta
vou prender-lhe lume a esta
consciência
16/12/12
Ías
de porto
en porto
como bo Ulises que es.
Disfrazabas a mentira
coas túas
mellores palabras.
Ponhíaslle os teus mellores traxes,
para que non pasase
frío e
non semellase débil.
[que
ben se vía, verdade?]
Eras todo o que
podía ter atopado, eras…
todo o que non dicías
ser.
Andabas pola
vida con esa actitude
de quen se sabe
vencedor.
Libraches
mil batallas e
en todas me fixeches renderme
e caer
rendida de novo, aos teus
pés,
(non
derrotada, mais si perdida)
Eras (a)temporal.
Disfrutabamos de cada ruxeruxe
da xente que conspira.
Libres escrav@s dun fatum
que resultou fatídico.
Entón chegou o día. Ese día.
Rebeleime
contra min
mesma.
Cortei os fíos
das teas que me
ataban.
Corrín, Corrín, Corrín
sen roupa,
pra non
volver
nunca máis
a estar espida ante ti.
Que
non son a Penélope de ningún Ulises.
Que non sei tecer.
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